Soajo
cincodecadavez
Depois de Brufe, foi a vez do Soajo..
Viagem de carro ao som de “Então mas hoje não vamos às cascatas?”, mas lá chegámos à vila sob um calor abrasador..
A curiosidade era muita e, por isso, dirigi-me imediatamente aos espigueiros..
Subi os pedregulhos e lá estavam eles, altivamente situados no cimo das enormes pedras graníticas, os vinte e quatro espigueiros da vila do Soajo..
Apresentam-se imponentes a quem ali se desloca para os ver.. Com vista para a serra, os pequenos celeiros do final do século XVIII e início do século XIX impõem-se na paisagem e compõem a Eira Comunitária da vila, sendo a sua principal atracção turística..
Estrategicamente colocados em locais elevados, para evitar que os animais comessem o sustento das populações, os espigueiros cumpriam a função de armazenar e secar o milho. Nas paredes, os pequenos rasgos faziam o ar circular e, no cimo, quase todos têm uma pequena cruz que simbolizava a devoção das populações que, dessa forma, acreditavam que o seu sustento estava resguardado de todas as maldições..
Sentimo-nos transportados para tempos longínquos..
Mas o Soajo não são só espigueiros e há toda uma vila para explorar..
Há ruas onde passam cursos de água, há casas de turismo rural, há a Igreja Matriz e restante património arquitectónico e cultural, e há ainda percursos pedestres nas imediações da vila, e a Lagoa do Poço Negro para os que se aventurarem num mergulho..
O Soajo é ponto de paragem obrigatória em todo e qualquer roteiro pelo Gerês e não espere encontrar nada menos do que um local de muita tranquilidade e bem vincado de identidade portuguesa..